Sacrossanta Basílica Menor Santuário São Francisco de Assis

A festa de Pentecostes nos recorda que os diversos carismas da Igreja devem ser vividos em função do bem comum

Texto: Patrícia Gomes

Fotos: Luciano Cardoso

Mensagem Litúrgica da Solenidade de Pentecostes
Primeira Leitura: At 2, 1-11
Salmo: 103
Segunda Leitura: 1Cor 12, 3b-7.12-13
Evangelho: Jo 20, 19-23

Com a solenidade de Pentecostes concluímos o ciclo da Páscoa e renascemos na vida pelo Espírito Santo de Deus. Em sua homilia, o presidente da celebração, Frei Emanuel, disse que o Evangelho de São João traz alguns detalhes importantes: os discípulos estavam reunidos e era o entardecer do primeiro dia da semana, ou seja, o dia em que os apóstolos faziam memória da cruz, do calvário e da sepultura. Eles estavam “fechados”, pois tinham medo dos judeus. E é nesse contexto de medo que Jesus entra e oferece a plenitude dos bens messiânicos, isto é, shalom, “a paz esteja com vocês”. Assim nasce a nova comunidade, a comunidade dos discípulos de Jesus. Após isso, oferece as chagas, a fim de demonstrar que os discípulos deveriam passar pelos mesmos sofrimentos que Ele. Depois, oferece novamente a paz, que tira os discípulos do medo, da inércia e do pavor de serem violentados. Após oferecer a paz duas vezes, Jesus oferece o dom maior: o Espírito Santo, para que se transformassem numa comunidade dinâmica e missionária.

O resultado da missão dada por Jesus é perdoar os pecados. Se no evangelho de Marcos, os discípulos devem partir para converter, em João eles devem partir para oferecer o perdão dos pecados, o perdão de Deus, pois Deus é amor e não condena ninguém. A primeira leitura narra o Pentecostes judeu celebrado 50 dias após a ressurreição. Já o Pentecostes do Evangelho é aquele vivido logo após a ressurreição. Na primeira leitura vemos que uma ventania tomou conta do lugar, línguas de fogo pairavam sobre os discípulos e de repente a comunidade passa a anunciar a palavra de forma que todos entendiam. Se no livro do Genesis a língua foi motivo de confusão, como no caso da Torre de Babel, no Novo Testamento, ela foi motivo de harmonia, em que todos podiam entender o que estava sendo proclamado na sua própria língua.

A festa de Pentecostes nos recorda que os diversos carismas da Igreja devem ser vividos em função do bem comum. Fazemos parte de um único corpo, que é o corpo de Cristo, embora sejamos tão diferentes. Essa solenidade nos refletir sobre o que estamos oferecendo ao próximo: servimos ao Espírito com a diferença que gera a harmonia? ou servimos ao espírito de confusão como na Torre de Babel? A solenidade de Pentecostes nos convida a vencer a timidez, a fortalecer a fé e a praticar a caridade. Somente assim nos tornaremos testemunho eficaz nos tempos de hoje.