Sacrossanta Basílica Menor Santuário São Francisco de Assis

Mensagem Litúrgica do terceiro dia da Novena do Nosso Seráfico pai, São Francisco, em 2020. Primeira Leitura (Ez 18, 25-28), Salmo Responsorial 24 (25), Segunda Leitura (Fp 2, 1-11) e Evangelho (Mt 21, 28-32).

A obediência de São Francisco de Assis a vontade de Deus foi o tema abordado por Frei Ianoil dos Santos (OFMconv), guardião do Convento de Santa Maria dos Anjos, em Santa Maria-DF, durante o terceiro dia da novena em honra ao santo pobre de Assis e criador da Ordem dos Frades Menores Conventuais. O celebrante observou que num tempo em que ninguém mais queria, Francisco se propôs a fazer tudo o que era do agrado do Pai. “São Francisco foi a profecia que renovou o vigor da Igreja, e o seu novo vigor foi ser obediente à vontade de Jesus”, disse aos fiéis.

Segundo Frei Ianoil, São Francisco foi um santo que não coube nos moldes do seu tempo porque não copiou um modelo simplesmente. Ele foi original e singular e trouxe uma profecia para o seu tempo, que animou, renovou e revigorou, trouxe uma nova vida para a Igreja, escutando mais do seu coração a vontade do Pai, submetendo as vontades dele ao olhar do Senhor, conversando com Deus sobre o próprio Deus e sobre ele, a partir da própria história.

Para o celebrante, o pobre de Assis contemplava a forma como Jesus obedeceu ao Pai para nos salvar. O segredo de Jesus foi levar a obediência ao Pai até a última consequência, e assim fez Francisco de Assis. “Francisco dizia que a salvação vem para nós quando fazemos a vontade de Deus, e não a nossa”, lembrou o guardião do Convento de Santa Maria dos Anjos.

Além disso, Frei Ianoil afirmou que São Francisco de Assis buscou dentro de si o plano de Deus para a sua vida e por isso foi o santo da harmonia, da alegria, o santo que resplandeceu a vontade do Pai em sua vida. Buscou a pessoa de Jesus enquanto Palavra de Deus na vida de cada cristão. Para o celebrante, Francisco é a contemplação da obediência de Jesus ao Pai. É esta obediência que representa a salvação da humanidade, que constitui o reino de Deus e salva o homem.

Frei Ianoil disse que São Basílio fala que são três as disposições sinceras para a obediência. A primeira trata da obediência pelo temor do castigo, própria dos servos, dos escravos. A segunda disposição trata do desejo de receber um prêmio, que é própria dos mercenários. E a terceira disposição se refere ao amor, que é própria dos filhos. “Quando nos sentimos filhos de Deus estamos capacitados a fazer sua vontade”, orientou.

Frei Ianoil disse que Deus pede que o cristão se posicione, escute e faça a sua adesão a Ele, faça a Sua vontade, mas de maneira livre e consciente. Isso levará o homem a um estado paradisíaco, como no Éden, como na sincera oração do Pai Nosso, “… que seja feita a Tua Vontade, assim na Terra como no Céu!”.

Obediência é gratidão, é a antecipação do céu, segundo o celebrante. “A força da obediência é uma gratidão por algo que eu nunca vou poder pagar, é a contemplação do Céu na Terra. A obediência é o sim nupcial da criatura ao seu Criador”, disse. “Francisco dizia que quando fazemos a vontade de Deus somos muito mais livres”, concluiu o Frei Ianoil.

 

Texto: Ana Beatriz Santos e Letícia Oliveira | Edição: Kelsiane Nunes