Sacrossanta Basílica Menor Santuário São Francisco de Assis

O Pároco do Santuário explicou como a mensagem litúrgica de 11 de janeiro de 2021 se entrelaçou perfeitamente com as despedidas de Frei Pedro e Frei Lucas. 1a Leitura (Hb 1, 1-6), Salmo Responsorial (Sl 96) e Evangelho (Mc 1, 14-20).

Por Letícia Maria Oliveira

Presidindo a celebração da Santa Eucaristia da segunda-feira da 1a Semana do Tempo Comum, Frei Pedro Rodrigues Silva OFMConv. (Vigário e diretor espiritual de várias pastorais, entre elas, a Catequese), juntamente com o Frei Luiz Carlos do Nascimento OFMConv. (Frei Lucas), que embora mais ligado diretamente às atividades do Seminário São Francisco de Assis, foi o responsável pela condução dos trabalhos da Equipe do Voluntariado em Tempos de Pandemia, despediram-se da comunidade franciscana do Santuário São Francisco de Assis. A seguir, clique na imagem e veja as fotos da celebração.

Ambos, que chegaram no final de 2019, com a gestão do Provincial Frei Gilberto de Jesus OFMConv., foram por ele designados para novos desafios: Frei Pedro será vigário na comunidade franciscana do Sol Nascente, Distrito Federal; e Frei Lucas irá colaborar com os trabalhos da comunidade franciscana um pouquinho mais longe de Brasília, na cidade baiana de Feira de Santana.

Frei João Benedito OFMConv., na condição de Pároco e Reitor do Santuário, agradeceu imensamente o trabalho, esforços e colaboração de Frei Pedro e Frei Lucas, não só com as celebrações, mas com todo o trabalho que é feito pelos frades, em conjunto com os leigos, pelo ideal funcionamento da comunidade paroquial e explicou como a Liturgia do dia 11 de janeiro foi fiel a esse momento de despedida.

A 1a Leitura estabeleceu a relação de Jesus com os anjos 1Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; 2nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo […]. […]’Todos os anjos devem adorá-Lo!’ (Hb 1, 1-2;6)”.

O Evangelho discorreu sobre a relação de Jesus com os apóstolos, os 12 primeiros homens que Deus escolheu para deixarem de ser pescadores de peixes e tornarem-se pescadores de homens, ou seja, deixar de retirar do mar o peixe, para matá-lo e serví-lo como alimento para os homens e retirar o homem do mar para viver, seguindo a Jesus, Senhor da vida, revelação de Deus que também entra no hoje da história de salvação da humanidade.

O Evangelho disse também que aqueles homens, imediatamente, deixaram as redes e passaram a seguir a Jesus, arriscando a vida pelo Senhor. De algum modo, os religiosos, em especial os Conventuais Menores, são adaptados à partida. Na juventude, partem de uma forma mais dura de suas casas e dali começam uma série de partidas, se entra no Seminário, depois no Noviciado, vêm para o complexo Santuário São Francisco de Assis, descortinam fronteiras. O Santuário está acostumado a ver frades chegando e partindo, uma experiência que deixa lágrimas e saudades, mas que també faz lembrar Violeta Parra, poetisa chilena que diz, “cada um que parte deixa um pedaço de si, mas cada um que vai também leva um pedaço de nós”. Partir é um caminho de fé que coincide a experiência de Deus e a partida.

O Natal é uma partida, a partida de Jesus do aconchego da Santa Trindade para a experiência de se encarnar e viver com a humanidade. Há ainda as tantas partidas de São Francisco de Assis e dos seus, que construiu a primeira Ordem em que não se vivia enclausurado em um Mosteiro (um dos maiores escândalos à época, ver religiosos perambulando pelo mundo). Mas o Convento de São Francisco de Assis era o mundo, estava aonde os olhos de todos pudessem alcançar, uma dimensão de fé, obediência, doação e esperança que faz os franciscanos chegarem e partirem.

Que Jesus esteja sempre no centro o caminho de fé de cada cristão, mesmo com todas as inspirações que se busca nas devoções aos santos e nos religiosos e religiosas que arriscam suas vidas para seguir o Senhor. E que Frei Pedro e Frei Lucas possam ser frutuosos em seus novos ministérios e desafios.

Ao final da Santa Missa, emocionados, os frades agradeceram à comunidade franciscana do Santuário por toda a acolhida nesse período.