Sacrossanta Basílica Menor Santuário São Francisco de Assis

Temos uma só predestinação: todos fomos criados para sermos salvos, Deus não nos criou para a perdição, para a condenação eterna.

Texto: Patrícia Gomes

Fotos: Fernando Carlomagno

Mensagm Litúrgia – 11/07/21
Primeira Leitura (Am 7,12-15)
Responsório (84/85)
Evangelho (Mc 6,7-13)

 

Em sua homilia da missa das 19h, do dia 11/07/21, o Frei João Benedito afirmou que havia diversos temas na Liturgia da Palavra, mas que iria tocar em um tema muito incômodo para quem prega que é a predestinação, um tema muito mal compreendido pelos cristãos. Quem mais escreve sobre esse tema é o apóstolo Paulo e ele escreve porque as comunidades evangelizadas por ele acreditavam em predestinação, por isso, o apóstolo tem que combater esse tema. As comunidades acreditavam que os deuses deles, todos pagãos, criavam a pessoa para uma coisa e ela não tinha mais liberdade para escolher outra. E pensar assim é uma forma de paganismo, pois a característica do nosso Deus é de nos criar com liberdade. No evangelho, Jesus, ao enviar os discípulos, pede para que eles sacudam a poeira do pé caso não sejam aceitos.  Esse gesto de sacudir a poeira dos pés encontramos no Antigo Testamento quando o povo de Israel vai em direção à terra prometida e pisa numa terra pagã.  Eles tinham que sacudir a poeira do pé para não levarem nada em direção à terra prometida.

Deus respeita a nossa liberdade, mas em que sentido pode-se falar em predestinação? Temos uma só predestinação: todos fomos criados para sermos salvos, Deus não nos criou para a perdição, para a condenação eterna. Porém, mesmo nos criando para a salvação, ele nos dá a liberdade de dizermos sim ou não. A salvação é uma colaboração entre Deus e homens: Deus quer contar conosco para que sejamos salvos e para que o evangelho seja difundido. Em qual sentido temos outra predestinação? Não temos. A salvação é a única predestinação para a qual Deus nos criou. Todas as outras coisas que fazemos nas nossas vidas Deus não nos obriga. Seria uma vida desagradável apenas cumprir um roteiro que Deus tem para nós. Deus nos criou com uma vida livre para que possamos discernir sobre nossa própria existência. Deus nos dá a liberdade para usarmos bem a nossa escolha.

No Evangelho, temos o envio missionário dos apóstolos e podemos enxergá-lo de duas formas: que é algo do passado ou que Ele envia apenas sacerdotes e religiosos. No entanto, Ele envia a todos e envia de dois em dois, pois anunciar o evangelho sozinho é correr o risco de anunciar um Deus que convém à própria pessoa e não um Deus da Igreja. Não é possível ser apegado aos bens dessa terra e anunciar o evangelho de alguém pobre como Jesus Cristo.  Todos nós somos chamados de algum modo a viver em pobreza, castidade e obediência. Jesus não tem um problema com a riqueza, mas critica a escravidão que o dinheiro traz. Somos todos enviados a anunciar o evangelho e quando nos encontramos com o amor de Deus é impossível não anunciá-lo.