Da falta de leitos ao tráfico de oxigênio

Frei Vogran, no Instituto São Boaventura (ISB), em 2019, lançando o livro “Francisco de Assis: História, contos e lendas”

Frei Vogran Leluia OFMConv., diretamente de Manaus, conta as dificuldades sofridas pelo povo da capital do Amazonas, em tempos de agravamento da pandemia de Covid-19

Por Letícia Maria Oliveira

“É gritante a falta de espaço nos hospitais de Manaus! Há duas semanas a situação já estava crítica, mas agora se agrava cada vez mais. Hoje mesmo, oito pessoas morreram asfixiadas…”, foi o desabafo de Frei Vogran, pároco da Nossa Senhora das Mercês em Manaus, na tarde de sábado (16), que acompanha de perto a situação da capital amazonense por conta do agravamento da crise do novo Coronavírus no estado.

Os eventos são atribuídos às aglomerações nas ruas e nos festejos de final de ano, e também a uma nova cepa do Covid-19. As autoridades locais tentaram impor um novo lockdown (fechamento das cidades) no final do ano, mas a população não aceitou, levando em conta a questão econômica. Frei Vogran alertou que é urgente que a população se conscientize e fique em casa, para evitar a disseminação do vírus, “por favor, vamos pensar no outro, no sofrimento dos irmãos doentes e dos familiares, se precisarem sair, usem a máscara e mantenham o distanciamento”, implorou.

O Pároco declarou ainda uma situação muito séria que os manauaras estão enfrentando. O tráfico de oxigênio. A produção do estado tem sido de cerca de 1/3 do que a população tem precisado no momento. Ou seja, além de não encontrar leitos, de não encontrar oxigênio, as pessoas ainda estão tendo que recorrer ao mercado negro, que vende os produtos com valores muito mais altos do que os encontrados no mercado.

Preocupado com a situação no Amazonas, o Pároco e Reitor do Santuário São Francisco de Assis em Brasília, Frei João Benedito OFMConv., desde o dia 15 de janeiro, vem pedindo aos fieis que façam depósitos na conta do Serviço Fraterno Santa Dulce dos Pobres, para enviar a Manaus e lá, Frei Vogran possa atender às famílias mais necessitadas adquirindo cestas básicas, já que transportá-las teria um custo maior e uma logística inviável por conta da pandemia.

O objetivo é arrecadar o quantitativo de ao menos 100 (cem) cestas básicas. Nas celebrações, Frei João Benedito afirmou que o Serviço permanece, desde o dia 19 de abril de 2020, buscando ser como foi Santa Dulce, um anjo bom. E tem ajudado muitas comunidades mais necessitadas do Distrito Federal.

Contudo, considerando que o Amazonas só possui UTIs na capital do estado, Manaus, e que a Ordem dos Franciscanos Menores Conventuais possui uma expressiva comunidade em Manaus e também em regiões ribeirinhas do estado, o Serviço Fraterno deseja ser um anjo bom também para eles, permitindo que eles possam manter com todos os cuidados de isolamento e distanciamento social, e possam enfrentar os lockdowns que certamente se imporão nos próximos dias.

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