O Brasil tem a sua primeira mulher santa, Santa Dulce do Pobres, o Anjo bom da Bahia. Antes dela, Santa Paulina, italiana e radicada no Brasil e outras cinco mulheres, mártires de Cunhaú e Uruaçu mortas no Rio Grande do Norte receberam os títulos de santas brasileiras. Nordestina, a santificação ocorreu no último domingo (13) sob as palavras do Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano, onde reuniu 10 mil brasileiros dos 50 mil presentes. Foi a terceira canonização mais rápida da história da Igreja, sendo a do Papa São João Paulo II a primeira, e a segunda de Madre Tereza de Calcutá.
Também se tornaram santos João Henrique Newman, Josefina Vannini, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, e Margarida Bays.
Santa Dulce dos Pobres se destacava pelo amor à Eucaristia e a Nossa Senhora e dedicou sua vida aos enfermos, pobres e indigentes, tanto que fundou obras sociais.
O dia de Santa Dulce dos Pobres será comemorado no dia 13 de agosto.
Vida de Santa Dulce dos Pobres
Nascida em 1914 em Salvador, na Bahia, foi registrada por nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Era a segunda das filhas do casal e gostava de brincar e torcedora do Esporte Clube Ypiranga, formado pela classe trabalhadora e pelos excluídos da sociedade.
Desde a sua adolescência, Maria Rita já tinha o coração acolhedor, uma herança do seu pai. Transformou a casa da família em um local de atendimento a mendigos e doentes e a residência ficou conhecida como “A Portaria de São Francisco”. No mesmo período, manifestou o desejo de entrar para a vida religiosa. Em 1933 que ela entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe. No mesmo ano já recebeu o hábito e adotou o mesmo nome de sua mãe, tornando-se a Irmã Dulce. Sua primeira tarefa foi lecionar em um colégio da congregação, na Cidade Baixa, em Salvador (BA), mas sua vontade era a de doar seu tempo ao trabalho com os pobres. Em 1936 cria o posto médico União Operária São Francisco, como sugere o nome, atendia os operários da região, primeira organização católica do estado. No ano seguinte, com a ajuda do Frei Hildebrando Kruthaup, funda o Círculo Operário da Bahia mantido com as verbas de três cinemas. Continuando as obras voltadas aos trabalhadores, em 1939 abre o Colégio Santo Antônio para receber os empregados e seus filhos. Também inaugurou o Hospital Santo Antônio, em Salvador, onde está sepultada na capela.
Doente, recebeu a visita do Papa João Paulo II em 1991 e Irmã Dulce vai para junto de Deus no ano seguinte, deixando o maior testemunho, a própria vida repleta de obras sociais.
Milagres por intercessão de Irmã Dulce
Uma mulher de Sergipe estava desenganada por médicos após uma hemorragia durante o parto. Foi um importante acontecimento para o reconhecimento do milagre para a sua beatificação.
O maestro José Maurício Bragança Moreira perdeu toda a visão em 2000 devido a um derrame.
Durante este tempo de cegueira, estudou braile e montou o primeiro coral de cegos de Salvador. Eis que um dia antes de uma apresentação, já em 2014, o maestro em uma noite sem conseguir dormir por conta da dor, pegou a imagem da Irmã Dulce e a colocou em seus olhos pedindo o alívio. Depois disso, ele conseguiu dormir e na manhã seguinte durante as compressas de gelo, começou a enxergar aos poucos.
Este milagre assegurou a última etapa da canonização da beata baiana. José Maurício teve o prazer de quando criança, conhecer o Anjo bom da Bahia graças ao seu pai que doava material para as obras da Irmã.
Oração a Santa Dulce dos Pobres
Senhor nosso Deus, lembrados de vossa filha, a santa Dulce dos Pobres,
cujo coração ardia de amor por vós e pelos irmãos,
particularmente os pobres e excluídos, nós vos pedimos:
dai-nos idêntico amor pelos necessitados;
renovai nossa fé e nossa esperança e concedei-nos,
a exemplo desta vossa filha,
viver como irmãos, buscando diariamente a santidade,
para sermos autênticos discípulos missionários de vosso filho Jesus.
Amém.
Fontes: cnbb; a12; formação.cancaonova; arqbrasilia; vaticannews